Infraestrutura: Investimento para suprir déficit deveria ser cinco vezes maior
14 de Aug de 2024
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Segundo lideranças do setor, a resolução de questões fiscais e tributárias pode contribuir para o desenvolvimento do TRC.
O governo brasileiro vem enfrentando diversas dificuldades para encontrar soluções em suas responsabilidades fiscais. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o investimento necessário para suprir o déficit no setor de transporte seria de 1,96% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. No entanto, o Brasil investe apenas cerca de 0,38% do PIB em infraestrutura de transportes.
Esse cenário também é considerado desorganizado por agentes do setor. Eles argumentam que a falta de novos investidores, cujo número tem diminuído a cada ano, está prejudicando o desenvolvimento do transporte.
Segundo Marcel Zorzin, diretor operacional da Zorzin Logística e diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do ABC (SETRANS), a falta de investimento financeiro na infraestrutura brasileira impacta diretamente na evolução dos negócios.
“Essas incertezas fiscais e tributárias do Brasil afastam as empresas que querem investir no país, principalmente em transporte. Tanto o capital jurídico, quanto o fiscal, no momento, dificultam o trabalho de muitas pessoas. Sem dúvidas, isso nos prejudica muito”, afirmou o executivo.
De acordo com Marcel, os desafios enfrentados são consequência de decisões governamentais que, na opinião dos executivos, não estão ajudando no crescimento do transporte. Os empresários questionam a criação de estratégias para soluções mais rápidas.
“Precisamos resolver a reforma tributária para que os processos sejam mais simples. O transporte de cargas também vem sofrendo com muitas novas legislações, como o Documento Eletrônico do Transporte, entre outros. Então, eu acho que as dificuldades são essas, em vez de simplificar, atualmente, estão prejudicando”, ponderou.
Por outro lado, na busca por soluções, as empresas recebem apoio das entidades e sindicatos do setor, que têm ajudado os associados a enfrentar as dificuldades da melhor maneira possível.
Zorzin explicou que, atualmente, o SETRANS oferece diversas iniciativas de natureza política e jurídica, além de disponibilizar canais de comunicação para garantir que todos tenham acesso às informações necessárias e estejam preparados para possíveis mudanças que possam impactar o transporte de cargas.
A recente reoneração da folha de pagamento contribui para as baixas expectativas das organizações, incluindo a ausência de novos investimentos internos, devido às incertezas econômicas do país. Marcel Zorzin entende que o ano tem se mostrado muito volátil em termos de números, o que dificulta a elaboração de boas projeções para os próximos meses.
“A gente está revendo todas nossas questões jurídicas, inclusive as tributárias, realizando aquisições de outra forma. Temos uma assessoria tributária que vem nos auxiliando na questão do recolhimento dos impostos para não haver pagamentos a mais. Então, entendemos que o momento não é o ideal para novos investimentos, enquanto não tivermos uma visualização melhor da economia”, disse.
Fonte: Mundo Logística