Conforme levantamento feito pela ANTAQ, as bacias hidrográficas Amazônica e Tocantins foram responsáveis por 76% do transporte interior no país.

Mais de 38 milhões de toneladas foram transportadas pela malha aquaviária do Brasil em 2022, apontam os dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). O relatório detalha o aumento de 5,36% em comparação com 2021 e destaca as bacias hidrográficas Amazônica e Tocantins como responsáveis por 76% do transporte interior no país, representando um crescimento de 14,5% e 13,1% respectivamente.

Segundo o relatório, o crescimento do modal hidroviário vai ao encontro de práticas sustentáveis, pois se mostra ecologicamente mais viável que o transporte 100% rodoviário. O transporte hidroviário apresenta eficiência energética 29 vezes superior ao rodoviário e consome 19 vezes menos combustível. Além disso, emite seis vezes menos gás carbônico que o modal rodoviário.

No documento, o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery Machado Filho, salientou o transporte de cargas realizado por meio da infraestrutura aquaviária brasileira como essencial para o escoamento das commodities produzidas no Brasil e ressalta os impactos positivos do modal para a economia do país.

Flávio Acatauassú, presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), ressaltou os números apresentados no Painel Aquaviário de 2022. Os dados das instalações portuárias apontam a região norte como responsável por transportar mais de 138 milhões de toneladas no ano passado, uma variação positiva de 12% em comparação com 2021.

Segundo o levantamento, os Terminais de Uso Privado (TUPs) movimentaram mais de 100 milhões de toneladas e os Portos Organizados, mais de 38,3 milhões de toneladas. “Deste montante, nossas associadas transportaram cerca 52 milhões de toneladas. São números que consolidam o papel da malha viária da região norte como fundamental para o escoamento da produção nacional e relevante para a movimentação da economia”, enfatizou.

Ainda de acordo com o executivo, além de refletir a importância da região, os números deixam clara a necessidade de mais investimentos em infraestrutura e políticas públicas para suprir as demandas do setor, e também, tornar os corredores do Arco Norte ainda mais atrativos.

Segundo o estudo, juntos os portos do Arco Norte de Itacoatiara, Santarém, Barcarena, Santana, São Luís, Sergipe e Ilhéus, movimentaram mais de 52 milhões de toneladas de soja e milho no ano passado, superando o volume que passou pelo porto de Santos, de 46,8 milhões de toneladas. Esse fator evidencia a relevância das operações nos estados do Norte e Nordeste, como explicou Acatauassú.

“O Pará e o Maranhão responderam por mais da metade do total de soja e milho exportado pelos portos do Arco Norte. Por exemplo, no complexo portuário de Barcarena, que inclui os TUPs e o porto de Vila do Conde, mais de 17,4 milhões de toneladas foram transportadas, e em Santarém, outros 5,9 milhões”, ressaltou.

"O fato de os portos do Arco Norte ultrapassarem o porto de Santos, mostra que a tendência do Arco Norte ser responsável por uma parcela expressiva das exportações realizadas no Brasil está se tornando uma realidade cada vez mais factível e lança luz à necessidade de investimentos em projetos e soluções inovadoras para impulsionar as atividades logísticas, voltadas ao modal hidroviário, mais sustentável”, complementou Flávio Acatauassú.

Fonte: Mundo Logística.

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